Numa das mumerosas ilhas do Pacífico - talvez na Nova Guiné - o Homem pré-histórico errando em busca de alimentso, terá sido atraído pelo aspecto luxuriante de um caniço. Mascou um dos colmos tenros e colheu uma sensação agradável. Depressa aprendeu a esmagar tais colmos entre duas pedras, para beber com deleite, o líquido doce recolhido. Começara a domesticação da cana-de-açúcar, depois melhorada ao longo de dilatados séculos de selecção.
Fontes escritas indianas, de 2500 a 2000 anos a.C., aludem à conversão do sumo de cana numa massa pastosa escura e muito doce, ainda hoje fabricada, em larga escala, por toda a Índia rural.
É tão remota a utilização desta planta na alimentação humana que resulta impossível precisar onde passa a fronteira entre lenda e o facto histórico.
Atente-se, de seguida, na beterraba sacarina, a outra prodigiosa fonte de açúcar comercial e pertinaz competidora da cana. Bem se pode dizer ter sido ontem que esta beterraba ganhou dimensão económica e assumiu o papel de cultura industrial.
A ascenção da beterraba sacarina iniciou-se, pelos começos do séc. XIX e depressa a cultura se impôs. Explorada por toda a Europa e em áreas apreciáveis dos EUA, da Rússia, da Turquia, da China, etc., assegura hoje cerca de 40% da procura mundial de açúcar cristalizado. Trata-se de uma produção agrícola vultuosa, inexoravelmente dependente de uma transformação industrial. A cultura existe, porque existem beterrabeiras e vice-versa.