Era 6 de agosto de 1966. Até aqui chegar muitas foram as dúvidas técnicas que se levantaram e numerosos os desafios a que a Engenharia e a Tecnologia de então responderam. Inaugurava-se nesta data a principal ligação entre as duas margens do Rio Tejo: a Ponte Salazar, rebatizada, em 1974, de Ponte 25 de Abril. Correspondeu, na altura, à obra de arte com o maior vão da Europa e o quinto maior em todo o Mundo.O tabuleiro da ponte situa-se a 70 metros acima do nível da água, de modo a permitir a passagem de navios de grande porte, e as suas duas torres atingem 190 metros de altura. O comprimento total da infraestrutura é de 2.278 metros, correspondendo o seu vão central a 1.013 metros. Nos finais da década de 90, a Ponte 25 de Abril recebeu o corredor ferroviário, passando a cumprir na plenitude a sua vocação original: permitir a circulação rodo e ferroviária. Nesta data, a Ordem dos Engenheiros homenageia, de forma simbólica, esta importante obra de Engenharia, ainda hoje um marco demonstrativo da capacidade desta área técnica e científica e do engenho dos seus profissionais.
| Construção
| Inauguração
Fotos | DR Ponte 25 de Abril
Foto | REFER Foto | EP – Estradas de Portugal
A Ponte Salazar, denominada a partir de 1974 como ponte 25 de Abril, foi inaugurada solenemente a 6 de Agosto de 1966. Desde então tem tido uma importância primordial para a ligação de Lisboa à margem sul. Ficha técnica Localidade – Lisboa
2. ª Fase Instalação do Caminho-de-Ferro Fotos | Paulo Neto
A instalação do caminho-de-ferro na Ponte 25 de Abril foi uma obra de enorme complexidade técnica, com a condicionante de interromper o menos possível o intenso tráfego rodoviário da ponte. A inauguração oficial da ligação ferroviária foi a 29 de Julho de 1999 e o serviço comercial iniciou-se no dia seguinte. Os estudos iniciais foram lançados pela Junta Autónoma de Estradas (JAE) e mais tarde coordenados pelo Gabinete GECAF, que foi integrado na REFER, após a sua constituição. O projecto global pertenceu à empresa americana Steinman,Boynton, Gronquist & Birdsal, de Nova Iorque, que, curiosamente, já tinha sido a autora do projecto inicial nos anos sessenta. Os trabalhos foram adjudicados a um consórcio internacional liderado pela empresa alemã DSD –Dillinger Stahlbau GmbH, no qual participaram algumas empresas portuguesas. Os trabalhos consistiram na montagem de dois cabos de suspensão secundários (situados por cima dos dois já existentes), respectivos pendurais e maciços de amarração, o reforço da viga de rigidez, a montagem do tabuleiro ferroviário para via dupla e respectivas catenárias. Foi também alargado o tabuleiro rodoviário para seis faixas de circulação, assim como realizada a beneficiação geral de toda a estrutura. Refira-se que o tráfego rodoviário que atravessa a ponte é supervisionado por um Sistema de Gestão de Tráfego, cuja sala de Controlo se situa no edifício da Praça da Portagem. Este sistema é apoiado por várias câmaras de vídeo e comanda os semáforos e painéis de informação variáveis, instalados ao longo da ponte. Outra obra complementar foi a instalação do tabuleiro ferroviário de acesso no lado norte, debaixo do viaduto de Alcântara, com projecto da autoria do Eng. António Reis. Foi escolhida uma estrutura mista de aço e betão, sendo a via-férrea balastrada, de modo a reduzir o nível de ruído e vibração. Neste sentido foram também instalados painéis laterais antirruído. Actualmente circulam na ponte 25 de Abril, Unidades quádruplas eléctricas de 2 pisos, da Fertágus (empresa privada concessionária da actual ligação ferroviária – Roma – Areeiro/ Setúbal) e também alguns comboios da CP (Alfapendulares e Intercidades), que fazem a ligação entre Lisboa e o Algarve, com partida da estação do Oriente. Podem circular em cada uma das duas vias, simultaneamente, duas unidades quádruplas acopladas ou um comboio ligeiro com locomotiva e carruagens. No entanto, os comboios pesados de mercadorias só podem circular numa das vias, devendo neste caso estar interditada a outra. Em qualquer dos casos a carga máxima global admissível na ponte situa-se entre 1.400 e 1500 toneladas, conforme os casos. A velocidade é sempre limitada a 60 km/h, em todas as situações.
Ficha técnica Localidade – Lisboa |