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OERS visita Lisnave – Estaleiros Navais

25 de Julho de 2024 |



O Conselho Regional Sul do Colégio de Engenharia Mecânica promoveu uma Visita Técnica às instalações da Lisnave – Estaleiros Navais, na Mitrena, Setúbal, dia 22 de julho.

A Visita contou com a participação de mais de trinta de Membros da Ordem dos Engenheiros, de várias especializações - Colégios de Engenharia Mecânica, Civil, Química e Biológica, Eletrotecnia e Ambiente.

Nuno Antunes dos Santos, CEO da Lisnave, apresentou a empresa, começando por mostrar uma breve cronologia da Lisnave, desde a sua origem na Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa (1937), e implantação na Margueira, em Almada(1967), onde existia à época a maior doca seca do mundo, até à sua desativação no ano 2000. As atuais instalações, na Mitrena, remontam a 1974 coma Setenave, tendo em 1997 passado a Lisnave.

Atualmente, com uma área total de 1.500.000 m², e uma capacidade de fazer reparações em navios comporte até 700.000 toneladas, possuem 6 docas secas e 8 cais acostáveis, onde laboram em média mais de 2000 trabalhadores por dia, dos quais cerca de 500pertencentes à Lisnave. Nestas instalações são intervencionados cerca de 80 a100 navios por ano, com uma duração média de estadia dos navios de cerca de 2semanas. O volume de faturação atingiu os 170 milhões de euros em 2023,maioritariamente para exportação (95%).

Foram apresentados alguns indicadores de desempenho referentes ao período entre julho de 1997 e dezembro de 2023, tendo sido referido que já não existe construção naval propriamente dita (estando a construção de grandes petroleiros atualmente circunscrita à Ásia). Desta forma, a Lisnave pretende fundamentalmente vir a gerir de forma integrada três áreas de negócio, nomeadamente a Reparação Naval (atualmente praticada), o fabrico de equipamentos para as Energias Renováveis Offshore(para turbinas acima de 15 MW) e a designada Reciclagem Naval Responsável.

Em termos ambientais, estando implantado na Reserva Natural do Estuário do Sado, o Estaleiro está certificado pelas normas ISO 14001, 9001 e 45001, possuindo uma ETAR e uma ETARi(industrial), um parque fotovoltaico, um parque termosolar, o Shore Power(alimentação aos navios) e o processo por hidrodecapagem. Referência também para a sensibilização interna para as questões ambientais através da criação de uma floresta Miyawaki. Por tudo isto, a Lisnave foi o primeiro estaleiro europeu certificado com o Green Marine, observando-se a presença frequente de golfinhos e a criação de ostras de elevada qualidade nas suas águas vizinhas.

A Reparação Naval tem como objetivo prolongar a vida útil dos navios (cerca dos 25 a 30 anos),trabalhando-se em áreas ligadas à segurança das pessoas, ambiente e bens, na limpeza e pintura de cascos, na substituição dos bolbos de proa, nas tubeiras e defletores de hélices, catalisadores, no Ballast Water Treatment e em equipamentos de propulsão auxiliar eólica, assim como em outras áreas.

Em termos de futuro, prevê-se prolongamento da linha férrea até ao Estaleiro da Lisnave para escoamento de sucata de aço resultante da reciclagem naval (aço verde), e receção do aço novo para a construção dos equipamentos eólicos, o que requer a realização de novos aterros que resultarão numa área total do Estaleiro de cerca de 1.800.000 m².Prevê-se também a instalação de um pipeline de gás natural, a extensão dos cais, a construção de novas oficinas, a construção de uma nova ETARi e adragagem para se atingir uma profundidade de 14 metros (ao invés dos 8 metros atuais). Com tudo isto, inevitavelmente colocam-se diversos desafios à Lisnave, que passam por conseguir a continuidade da concessão a partir de 2027,necessidades de financiamento para todos os novos projetos, o ultrapassar de alguma burocracia existente em Portugal, e ter um licenciamento ambiental para as expansões e novas atividades previstas (o grande desafio). Esta é indubitavelmente uma oportunidade única para a Lisnave, para a região de Setúbal e para Portugal.

Após a apresentação seguiu-se uma Visita ao exterior das instalações, guiada pelo Responsável pela Comunicação e Imagem, Dr. Ricardo Serôdio, com uma paragem obrigatória nas docas Hydrolift.

O Conselho Regional Sul do Colégio de Engenharia Mecânica agradece a amabilidade da Lisnave –Estaleiros Navais, S.A. em proporcionar esta Visita.


  


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