Na expectativa de conhecer um pouco melhor os vencedores do Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2019 (PIJE), desafiámos cada um destes jovens engenheiros a uma flash-interview. A entrevista que se segue pertence ao coautor de um dos dois trabalhos distinguidos com uma Menção Honrosa, Tiago Ribeiro. - Fale-nos um pouco de si. Quem é o Tiago Ribeiro? Sou projetista de estruturas, um dos sócios de um gabinete em Lisboa. Engenheiro Civil de formação e vocação, ao que somei outros ramos da Engenharia por acreditar que é na confluência de saberes que encontrarei melhores respostas aos desafios do futuro. - Como é que a engenharia entrou na sua vida? Creio que não me distingo da maioria dos colegas nas razões pelas quais escolhi este caminho: para além da vocação pelas ciências exatas, o gosto de resolver problemas e desenvolver soluções. - Jovem, engenheiro, inovador e premiado. O que representa para si esta combinação? Ser premiado, sobretudo no contexto deste prémio da Ordem dos Engenheiros que reconhece há quase trinta anos os trabalhos mais inovadores em Engenharia, é uma valiosa indicação de que o caminho que trilhei, num domínio de incerteza como é o da inovação, está correto. O que resta da combinação significa que terei, salvo infortúnio ou pandemia, um longo período para exercer engenharia e que me proponho fazê-lo da única forma que me parece sustentável e focada na criação de valor, inovando. - Considera possível a implementação prática do seu projeto a médio prazo? Seguramente. Aliás, já estão a ser dados passos nesse sentido, com a preparação de iniciativas conjuntas entre a academia e o setor privado para aplicar as metodologias desenvolvidas a vários tipos de infraestruturas. - Em que medida a atual situação epidemiológica mundial afetou (ou continua a afetar) o exercício da sua atividade profissional? Como projetista fui pouco afetado nesta fase inicial. Transitei para um regime de teletrabalho e tenho a sorte de ter colegas que se excedem na entrega para vencer as dificuldades na produtividade e na comunicação que a distância origina. Contudo, antecipo que o marcado abrandamento na economia e no investimento privado, que se espera, venha a decorrer em dificuldades significativas para a construção e, naturalmente, para as atividades de projeto. - Uma mensagem aos jovens engenheiros. Saibam que os desafios do futuro não se resolverão com as ferramentas do passado, e que a criação de valor requer conhecimentos específicos e profundos. Ser Engenheiro significará estudar e fazê-lo sempre, mais e melhor. Por outro lado, não se contentem com uma conjetura que limite o vosso potencial. Os jovens engenheiros têm, na sua maioria, as capacidades para exercer tarefas mais complexas e relevantes que aquelas que habitualmente lhes são confiadas. Dentro das limitações, que serão fortíssimas nos anos que se avistam, procurem soluções profissionais em que vos seja possível evoluir. |